
As demissões atingem todos os níveis da companhia e se somam ao corte de cerca de 150 diretores e gerentes em outubro passado.
O ajuste no quadro de pessoal faz parte
de uma ampla estratégia do presidente da Oi, Bayard Gontijo, de
fortalecer a saúde financeira da empresa, que tem alto endividamento e
ainda ressente da fracassada fusão com a Portugal Telecom.
Segundo comunicado da Oi à Reuters, com
os desligamentos e o bloqueio de número não informado de vagas que
estavam abertas, o grupo de telecomunicações reduzirá em ao redor de 20
por cento suas despesas relacionadas à estrutura de pessoal.
Os encargos com as demissões serão contabilizados no resultado da Oi do segundo trimestre.
“O ano de 2015 é desafiador em todo o
contexto macroeconômico do país e também no setor de telecomunicações.
Considerando este cenário e os próprios desafios da companhia, a Oi
desenvolveu um plano orçamentário para 2015 para assegurar ganhos de
produtividade e de rentabilidade”, disse a Oi à Reuters.
“Mesmo com a redução do quadro
funcional, (a Oi) continua sendo um dos maiores empregadores do Brasil,
gerando cerca de 177 mil empregos diretos e indiretos em todo o
território nacional”, acrescentou a companhia.
Na últimas semanas, sindicatos de
trabalhadores de telecomunicações buscaram agendar audiência com
representantes da Oi, em meio a rumores de demissões na empresa.
O presidente da Federação Nacional dos
Trabalhadores de Empresas de Telecomunicações (Fenattel), Almir Munhoz,
disse à Reuters ter sido informado pela Oi que o Estado mais afetado
pelos cortes será o Rio de Janeiro, onde fica a sede do grupo.
De acordo com o sindicalista, a Fenattel
demandou benefícios aos demitidos, tais como convênio médico e um
salário por ano trabalhado, com o objetivo de minimizar o impacto aos
dispensados.
Na sexta-feira passada, o presidente da
Oi disse em teleconferência com analistas que concentrará esforços na
redução de custos e na geração de caixa neste ano, após o grupo ter
registrado prejuízo de 4,4 bilhões de reais em 2014.
“Temos reuniões semanais para analisar
todas as linhas dos custos para melhorar em todos os aspectos, e (quadro
de) pessoal é uma das linhas”, disse o presidente da Oi na ocasião, sem
dar mais detalhes.
Segundo a Fenattel, a Oi não está sozinha na redução de funcionários.
A federação informou que a Telefônica
Brasil, que opera a marca Vivo, demitiu cerca de 1 mil pessoas em
fevereiro. Neste mês, a Nextel cortou 1 mil funcionários em São Paulo.
Procuradas, Telefônica Brasil e Nextel
confirmaram a realização de ajustes em seus quadros de empregados, mas
não revelaram quantos funcionários foram atingidos.
A Telefônica Brasil promoveu “uma
reorganização em suas áreas com o objetivo de obter maior sinergia de
processos e atividades” em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, por
meio de programa de demissões voluntárias.
A Nextel disse que reestruturou sua área
de serviço de atendimento ao cliente para “otimizar recursos e
consolidar um modelo sustentável para suas operações”.
(Reportagem adicional de Paula Arend Laier, Brad Haynes e Guillermo Parra-Bernal)
Extra – O Globo
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