Os servidores municipais divulgaram uma nota sobre a greve unificada em Natal, confira na íntegra:
Os servidores públicos municipais estão em greve unificada há
mais de 70 dias. Um movimento legítimo, cuja principal motivação é o
descumprimento da Lei Orgânica do Município, que determina o pagamento
dos salários até o último dia útil de cada mês.
A previsão de recebimento é um direito dos servidores e um dever
da gestão. No entanto, desde o início de 2016, a Prefeitura do Natal tem
agido à revelia da legalidade, atrasando os salários. A atitude ilícita
atinge milhares de famílias, muitas vezes com apenas esta fonte de
renda para sobrevivência.
A Greve Unificada teve início em novembro do ano passado, após 11
meses de convívio com incertezas sobre as remunerações e somente após
todas as tentativas de diálogo serem esgotadas. Mesmo assim, a gestão
permaneceu sem iniciar qualquer tipo de negociação, deixando os
servidores sem salários no Natal e ano novo, motivo pelo qual as
categorias decidiram tomar outras atitudes, como as ocupações no Palácio
Felipe Camarão e na Semad.
A disposição dos Sindicatos para o diálogo permanece a mesma,
fato evidenciado quando, após as ocupações, houve a sinalização de uma
reunião com representantes da Prefeitura e as Entidades decidiram
aguardar uma semana, sem atividades de greve na rua.
Neste período, os líderes sindicais se empenharam em fazer este
encontro acontecer. Intermediações foram feitas com a secretária de
Planejamento e Finanças, Virgínia Ferreira, e com o secretário adjunto
de Relações Sociais e Políticas, Julio Protásio.
Através deles, as Entidades foram informadas sobre a intenção da
gestão em debater os pontos de pauta reivindicados: apresentação da data
de pagamento para o mês de janeiro e a instalação de uma Mesa de
Negociação permanente.
Porém, infelizmente, o governo foi irredutível em uma questão
crucial: o ponto dos trabalhadores. Para ele, deve haver, sim, corte
para servidores participantes da greve – a qual, é preciso lembrar: é
legal e legítima.
Para os Sindicatos, a postura intransigente lança dúvidas sobre a
real intenção da Prefeitura em chegar a uma solução. Afinal, o ponto
foi negociado em todas as greves anteriores e não há motivos para ser
diferente agora.
Diante disso, em assembleia unificada realizada ontem (24), os
servidores das cinco bases sindicais decidiram continuar o movimento até
que o abono de faltas também seja posto em negociação.
Uma nova agenda de atividades foi definida com atos públicos,
sendo o primeiro agora, às 09h, da Praça Tamandaré até a sede da
Prefeitura. Na quinta-feira (25), às 07h, está prevista uma ida à casa
do prefeito Carlos Eduardo. E na terça-feira (31), uma nova assembleia
unificada, às 09h, na sede do Sinsenat.
Todas as atividades de luta foram votadas e aprovadas por
unanimidade. Entretanto, mostrando mais uma vez a abertura para o
diálogo, as direções sindicais se dispuseram a suspender a agenda e
antecipar a assembleia unificada a qualquer momento, caso a Prefeitura
decida mudar seu posicionamento quanto às faltas.
A luta dos servidores municipais de Natal é por direitos e
dignidade. Os Sindicatos reafirmam o desejo em negociar, porém, não
aceitam que se punam com faltas os trabalhadores, já castigados com
tantos atrasos salariais.