KitanaFest

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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

CHEGADA DE PRESIDIÁRIOS DO ALCAÇUZ FAZ WALFREDO GURGEL VOLTAR A SUPERLOTAR

O Hospital Memorial, especializado em ortopedia e traumatologia no RN, mantém suspensos desde dezembro, os atendimentos a pacientes advindos do interior do estado devido à dívida acumulada pelo Governo, que persiste desde agosto de 2016. Diante desta situação, o hospital Walfredo Gurgel vem sofrendo com a superlotação dos que aguardam por cirurgias. Para agravar o problema, no domingo (15), foram encaminhados presos de Alcaçuz com politraumatismos provocados pela rebelião do fim de semana, em Nísia Floresta.
Cerca de 25 cirurgias ortopédicas são realizadas por dia no Memorial em pessoas encaminhadas pelo Walfredo Gurgel. Em torno de 60% deste número corresponde àqueles que moram fora de Natal e buscam assistência médica na capital potiguar. Atualmente, as vítimas de acidentes com fraturas de membros inferiores estão sendo relocadas para os hospitais João Machado, Ruy Pereira dos Santos e Deoclécio Marques de Lucena, este último em Parnamirim, a fim de serem acompanhados por médicos generalistas e aguardarem as cirurgias, que não têm previsão para serem realizadas, ao passo que as sequelas só se agravam com o tempo. Fraturas mais leves são tratadas com um descaso ainda maior: sem expectativa de atendimento, os pacientes retornam às suas residências.
O corpo médico do Hospital Memorial se sensibilizou e lamentou a situação, uma vez que o atraso na realização das cirurgias agrava o quadro de cada paciente, que conviverá com as sequelas da longa espera, para o resto da vida. A administração reiterou que manteve o atendimento sem pagamento enquanto foi possível, prezando pela missão de cuidar e melhorar a qualidade de vida das pessoas debilitadas, mas a ausência de suporte e reembolso por parte do Governo tornou inviável a continuidade do trabalho a esses pacientes do SUS.

"CADEIA ESTÁ VIRADA", DIZ VICE-DIRETOR DE ALCAÇUZ; PRESOS ESTÃO NOS TELHADOS DE PAVILHÕES

Um dia após o fim da rebelião que terminou com 26 mortos na penitenciária de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal (RN), um novo motim foi registrado na manhã desta segunda-feira (16).
O vice-diretor do presídio de Alcaçuz, Juciélio Barbosa, afirmou que os detentos estão no telhado da penitenciária. “A cadeia está virada. Tem PCC [Primeiro Comando da Capital] de um lado e Sindicato do Crime do outro. Estão usando tudo: paus, pedras e com bandeiras das facções”, disse Barbosa.
As duas facções lutam pelo domínio do sistema carcerário no Estado, especialmente em Alcaçuz, de acordo com o advogado Gabriel Bulhões, da Comissão de Advogados Criminalistas da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Rio Grande do Norte. O Sindicato do Crime é uma dissidência do PCC surgida por volta de 2012 da qual todas vítimas faziam parte.
O diretor afirmou que os presos soltos estavam subindo com frequência no teto do presídio. A Polícia Militar já foi acionada e já se desloca para o local. O governo do Estado ainda não divulgou informações sobre o novo motim.
Além de Alcaçuz, o governo do Rio Grande do Norte também registou na madrugada desta segunda (16) uma rebelião no Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato, na capital potiguar. O motim começou às 3h (4h horário de Brasília) e, segundo o governo do Estado, a situação está controlada e não houve fugas nem há informações de feridos.
Na tarde deste domingo (15), o secretário de Estado da Segurança Pública, Caio Bezerra, havia dito que o policiamento na unidade estava reforçado na área externa e guaritas do presídio de Alcaçuz. “A Polícia Militar e a Força Nacional estão patrulhando o perímetro para prevenir fugas. Temos um planejamento e continuaremos colocando em prática para evitar que novos motins aconteçam.”
De acordo com o titular da Sejuc (Secretaria de Justiça e Cidadania), Wallber Virgolino, alguns responsáveis pela rebelião foram identificados. “O monitoramento continua e estamos avaliando. Caso necessário, faremos as transferências dos grupos e líderes que participaram do motim para outras unidades prisionais”, declarou o secretário.
MASSACRE EM ALCAÇUZ
Motim na penitenciária de Alcaçuz deixou 26 presos mortos neste fim de semana, segundo contagem do governo. A rebelião foi motivada por uma briga nos pavilhões 4 e 5 do presídio envolvendo as facções PCC e Sindicato do Crime. Segundo o governo, todos os mortos são ligados ao Sindicato do Crime. Houve uma invasão de um pavilhão por presos inimigos, o que deu início ao motim.
A matança é mais um capítulo da crise penitenciária no país: é o terceiro massacre em presídios em apenas 15 dias. No total, 134 detentos já foram assassinados somente neste ano, 36% do total do ano passado, quando 372 presos foram mortos.
O trabalho de identificação dos corpos começará nesta segunda e deve seguir por 30 dias, diz o governo –em Roraima, onde um motim deixou 33 mortos no dia 6, o governo demorou pouco mais de um dia para divulgar uma lista com os nomes de 31 vítimas. Dois dos presos mortos no Rio Grande do Norte foram carbonizados e todos os outros foram decapitados.
Segundo o diretor do Itep (Instituto Técnico Científico de Perícia), Marcos Brandão, não há marcas aparentes de perfuração por balas nos corpos, apenas por instrumentos cortantes –ainda é preciso fazer necropsia nos corpos para identificar as causas de morte. Agentes encontraram dentro do presídio uma pistola caseira, de um cano feita manualmente, e granadas não letais, que não foram usadas, segundo o governo.
MORTES EM PRESÍDIOS
Com mais essas 26 mortes, o número de assassinatos em presídios pelo país chega a 134 casos nas primeiras duas semanas do ano. As mortes já equivalem a mais de 36% do total registrado em todo ano passado. Em 2016, foram ao menos 372 assassinatos –média de uma morte a cada dia nas penitenciárias do país. O Estado do Amazonas lidera o número de mortes em presídios com 67 assassinatos, seguido por Roraima (33).
No dia 1° de janeiro, um massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) deixou deixa 56 mortos em Manaus (AM), após motim que durou 17 horas. No dia seguinte, mais quatro detentos morrem na Unidade Prisional de Puraquequara (UPP), também em Manaus.
Seis dias depois, uma rebelião na cadeia de Raimundo Vidal Pessoa deixou quatro mortos. Logo em seguida, três corpos foram encontrados em mata ao lado do Compaj. Com isso, subiu para 67 o total de presos mortos no Amazonas.

No dia 4 de janeiro, dois presos são mortos em rebelião na Penitenciária Romero Nóbrega, em Patos, no Sertão da Paraíba. Dois dias depois, 33 presos são mortos na maior prisão de Roraima, a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista.
Na tarde de quinta (12), dois detentos foram mortos na Casa de Custódia, conhecida como Cadeião, em Maceió (AL). O presídio, destinado a abrigar presos provisórios, fica dentro do Complexo Penitenciário, em Maceió (AL). Jonathan Marques Tavares e Alexsandro Neves Breno estavam nos módulos 1 e 2 da cadeia, respectivamente.
No mesmo dia, dois presos foram mortos em São Paulo, na Penitenciária de Tupi Paulista (a 561 km da capital paulista). A Secretaria da Administração Penitenciária informou que eles morreram durante uma briga em uma das celas.
Neste domingo (15), uma fuga na Penitenciária Estadual de Piraquara, no Paraná, deixou dois mortos. Um grupo explodiu, pelo lado de fora, um muro da penitenciária, que concentra membros da facção PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo agentes penitenciários ouvidos pela Folha.

DEPOIS DE MOTIM, PM VOLTA A ENTRAR EM ALCAÇUZ PARA CONTROLAR PRESÍDIO

Após os presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz terem iniciado um novo motim na manhã desta segunda-feira (16), agentes penitenciários e policiais militares voltaram a entrar na unidade no início desta tarde para controlar a possibilidade de uma nova rebelião no presídio.
No telhado das unidades, os presos estavam munidos de pedaços de pau e algumas pedras. Há bandeiras com as siglas das duas facções criminosas presentes no Rio Grande do Norte: o Sindicato do Crime e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
O Governo do Estado havia agendado uma revista para esta manhã em Alcaçuz, mas o motim realizado na Cadeia Pública de Natal acabou alterando os planos anteriormente traçados. A intenção é fazer a revista ainda hoje, porém, não há confirmação.

GOVERNO DO ESTADO ADMITE POSSIBILIDADE NO AUMENTO DE NÚMERO DE MORTOS EM ALCAÇUZ

Governo do Rio Grande do Norte emitiu nota oficial no início da tarde desta segunda-feira (16) onde deu um panorama sobre as investigações a cerca da rebelião que atingiu a Penitenciária Estadual de Alcaçuz durante o último fim de semana e resultou, até o momento, em 26 mortes brutais.
No comunicado, o Governo admitiu a possibilidade do número de mortos aumentar, uma vez que os detentos informaram que outros corpos foram jogados em valas e fossas da penitenciária na tentativa de escondê-los. A Caern foi acionada para fazer o esgotamento das fossas e checar a veracidade dessas informações.
Confira abaixo a nota na íntegra:
Com relação à situação no presídio estadual de Alcaçuz, o Governo do Estado do Rio Grande do Norte presta os seguintes esclarecimentos:
O Instituto-Técnico e Científico de Perícia (ITEP) tem realizado o trabalho de retirada dos corpos. Na noite deste domingo (15), foram contabilizados 26 óbitos.
Em virtude das instalações do presídio estarem bastante danificadas, por causa das últimas ocorrências, e por ainda concentrarem detentos nas áreas internas, tem sido um trabalho difícil e demorado. Outro fator que também dificulta a identificação é a situação em que alguns corpos foram encontrados.
O ITEP permanece trabalhando e existe a possibilidade de que outros corpos sejam descobertos nas dependências do presídio, portanto, esses números poderão ser atualizados. O Governo do Estado trabalha com absoluta transparência e não tem interesse em esconder as informações.
As ações policiais ainda atuam em Alcaçuz para preservar o controle no local.
Nesta segunda-feira (16) está em andamento uma operação no presídio, com GOE, Choque e Bope, além do apoio de outros órgãos, para a realização de um pente fino no presídio, com o objetivo de manter a ordem e identificar se há outros mortos.
A Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (Sejuc) está gradativamente realizando a contagem de presos nos pavilhões. Só após a conclusão dessa contagem será possível confirmar se houve fugas.
Na madrugada, por volta das 3h da manhã, detentos do presídio provisório Raimundo Nonato, na zona Norte de Natal, iniciaram um motim. Alguns colchões foram queimados e os agentes realizaram alguns disparos para conter o grupo, até a chegada do reforço da Polícia Militar com o BOPE e BP Choque na área externa. Até o início da manhã, a PM permaneceu no local aguardando a chegada do Grupo de Operações Especiais (GOE) para realizar uma revista no local.  A situação está controlada e não há informação sobre feridos na unidade.
A partir das 17h os secretários de Justiça e Cidadania, Wallber Virgolino, e da Segurança Pública, Caio Bezerra, estarão à disposição da imprensa na sede da Secretaria de Segurança Pública para prestar as informações mais recentes sobre as ações realizadas nas últimas 24 horas.

PRESOS DIZEM QUE EXISTEM MAIS CORPOS EM VALAS E FOÇAS DENTRO DO PRESÍDIO DE ALCAÇUZ

Após retomarem o controle da Penitenciária Estadual de Alcaçuz na manhã desta segunda-feira (16), os detentos do pavilhão 1 estão trocando ameaças com rivais de outros pavilhões e exibindo faixas de facções criminosas presentes no Estado.
A Penitenciária foi palco da maior rebelião já registrada na história do Rio Grande do Norte neste final de semana, quando 26 detentos foram brutalmente assassinados através de decapitações e carbonizações.
Durante a retomada da posse do presídio, os presos alegaram que o número de vítimas é maior do que o que foi anunciado pelo Governo em entrevista coletiva na noite do último domingo (15). As informações são da Tribuna do Norte.
De acordo com os presos, ainda existem corpos dentro da Penitenciária que não foram recolhidos pelos órgãos de segurança. Estes corpos estariam, ainda segundo os detentos, dentro de valas e fossas nas instalações do maior presídio do Estado.

BASE DA POLICIA MILITAR É ALVO DE TIROS DURANTE A MADRUGADA EM NATAL

A base da Polícia Militar do bairro de Mãe Luíza, na zona leste de Natal, foi alvejada na madrugada desta segunda-feira, 16. Não houve feridos. A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato da Polícia Civil, o agente Paulo Macedo, que mora na região.
Macedo informou que ouviu os disparos e então se deslocou até a unidade. Foi quando constatou que a unidade da PM havia sido alvo de disparos de arma de fogo. “Tirei fotos lá do prédio”, disse.
Mãe Luíza é o bairro onde, segundo material apreendido nos presídios nos últimos dias por agentes penitenciários, nasceu o Sindicato do Crime do RN (SDC).
A polícia ainda não sabe se o episódio tem relação com a rebelião que aconteceu na Penitenciária Estadual de Alcaçuz no sábado, 14, e resultou na morte de 26 detentos.

NOVO PRINCIPIO DE MOTIM É REGISTRADO APÓS SAÍDA DA PM NO PRESÍDIO DE ALCAÇUZ

Após ter sido cenário de uma rebelião que durou 14 horas neste final de semana, um novo motim foi registrado na manhã desta segunda-feira (16) na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, localizada no município de Nísia Floresta, região metropolitana de Natal.
Assim que a Polícia Militar deixou o local nesta segunda, os presos iniciaram um motim e subiram no telhado da unidade. Em seguida, passaram a trocar ameaças entre eles. Apesar de tudo, a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc) negou que esteja havendo uma nova rebelião, pelo menos até este momento.
No telhado das unidades, os presos estão munidos de pedaços de pau e algumas pedras. Há bandeiras com as siglas das duas facções criminosas presentes no Rio Grande do Norte: o Sindicato do Crime e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
O Governo do Estado havia agendado uma revista para esta manhã em Alcaçuz, mas o motim realizado na Cadeia Pública de Natal acabou alterando os planos anteriormente traçados. Não há nova data para fazer essa revista.

RN COM MEDO!!! SINDICATO DO CRIME AMEAÇA RETALIZAÇÃO AO PCC FORA DE PRESÍDIOS NO ESTADO

Após o princípio de tumulto realizado na Cadeia Pública de Natal, conhecida também como Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato, ter sido controlado por policiais e agentes penitenciários, os presos da unidade, membros do Sindicato do Crime, ameaçaram cumprir retaliação ao PCC (Primeiro Comando da Capital) fora das unidades prisionais.
A informação foi publicada no jornal O Estado de S. Paulo na manhã desta segunda-feira (16). Segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), os detentos tentaram derrubar uma das paredes do presídio, porém, a intervenção de policiais evitou o andamento da ação. Uma tentativa de invasão a uma ala da Cadeia Pública onde ficam presos ameaçados de morte também foi abortada.
No último sábado (14), presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, a maior do Rio Grande do Norte, se rebelaram durante 14 horas numa ação que resultou em 26 mortes, segundo os números divulgados pelo Governo do Estado. A rebelião, que foi iniciada às 16h30 do sábado, só foi controlada às 6h30 do domingo (15). As vítimas foram assassinadas através de decapitações e carbonizações.

ITEP MONTA ESTRUTURA ESPECIAL E LIBRAÇÃO DOS CORPOS PODE COMEÇAR HOJE

O Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP) preparou uma estrutura especial e reforçou a equipe de servidores para receber os corpos e atender aos familiares dos presos mortos na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, localizada em Nísia Floresta, na Grande Natal.
Desde as primeiras horas da manhã, a diretoria do órgão concentrou-se na operação de reforço da equipe, montagem da estrutura e contratação de um caminhão frigorifico para manter os corpos conservados durante o processo de exames periciais e de identificação humana.
Neste momento, o ITEP conta com quatro equipes de criminalística, cinco necropapiloscopistas, quatro identificadores criminais, quatro arquivistas criminais, quatro médicos legistas, dois odontolegistas, além de duas psicólogas e uma assistente social para o acolhimento aos familiares das vítimas.
A estrutura montada para atender as famílias conta com 199 cadeiras e quatro tendas, que estão montadas em frente ao prédio e na parte de trás, na rua onde fica o necrotério e também está o caminhão frigorifico.

ORDEM DOS ASVOGADOS EMITE NOTA SOBRE REBELIÃO EM ALCAÇUZ

A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte emitiu uma nota sobre a rebelião no Presídio Estadual de Alcaçuz. Confira na íntegra:
A respeito da rebelião no presídio de Alcaçuz:
A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte acompanha de perto os acontecimentos relacionados à rebelião de presos no Presídio de Alcaçuz, e espera que o Estado adote as soluções  adequadas para conter a revolta, preservando a integridade física tanto daqueles que estão custodiados, como a dos integrantes das forças de segurança que estejam atuando.
Apesar de ser  aparentemente uma ação orquestrada após as rebeliões ocorridas em Manaus e Boa Vista, é preciso que o Estado adote medidas imediatas para evitar que a sociedade venha a sofrer uma nova onda de violência, como aquela vivenciada no ano de 2016.
A OAB está atenta e disponível para contribuir na discussão da Segurança Pública, assim como sempre o fez, e exigirá que, controlada a crise, sejam adotadas ações efetivas, não só para solucionar  os problemas que assolam o Sistema Penitenciário, mas toda a conjuntura que contribuiu nos últimos anos para o agravamento da insegurança em nosso estado.
Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Rio Grande do Norte

MASSACRE EM PRESÍDIO DO RN MANTÉM CRISES NO PLANALTO E ELEVA PRESSÃO POR NOVAS MEDIDAS

O massacre ocorrido entre sábado (14) e domingo (15) na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, localizada no município de Nísia Floresta, região metropolitana de Natal, firmou no Planalto a convicção de que a crise penitenciária está longe do fim no País.
A nova rebelião, que terminou com o saldo de 26 pessoas mortas, elevou a pressão para que a reunião com secretários estaduais, na terça (17), apresente medidas concretas para enfrentá-la.
Antes, Michel Temer e Alexandre de Moraes (ministro da Justiça) devem bater o martelo sobre novas frentes de atuação.
Na quarta, o presidente reúne governadores para tratar do assunto na tentativa de partilhar responsabilidades para tirar a crise de dentro do palácio.

VIOLÊNCIA ENTRE FACÇÕES CRIMINOSAS NO PAÍS CRESCEU DEPOIS DE MASSACRES REGISTRADOS NA REGIAO NORTE

O Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Sindicato do Crime RN vinham disputando o controle dos presídios potiguares e do comércio de drogas no Rio Grande do Norte desde 2015. O nível de violência do conflito, entretanto, mudou de patamar diante da guerra entre a facção paulista e as demais quadrilhas do País depois do massacre ocorrido em Manaus, no Amazonas, no dia 1.º. O pano de fundo da disputa é o monopólio das rotas de distribuição de drogas vindas da América Latina para o Brasil.
O secretário de Estado da Justiça e da Cidadania do Rio Grande, Wallber Virgolino Ferreira da Silva, reconheceu a ligação entre a ação no Estado com as demais chacinas. “A situação no Norte estimulou aqui.”
O massacre de anteontem é o segundo promovido pela facção paulista depois da ação no Amazonas, organizado pela Família do Norte (FDN). O primeiro foi na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, Roraima, com 33 mortes. O mesmo modus operandi registrado nos dois Estados se repediu no RN: os mortos foram decapitados e expostos em vídeos distribuídos pelo WhatsApp.
“No contexto nacional, o PCC é um grande articulador. Sabia-se que eles iam articular algo por aqui, uma vez que já tinham rivalidade com o Sindicato RN”, afirma o sociólogo Ivenio Hermes, do Observatório da Violência Letal do Rio Grande do Norte.
Hermes cita a falta de controle por parte do Estado no interior das penitenciárias do RN como um fator que facilitou a ação de anteontem. “A Penitenciária de Alcaçuz, por si, já é um grande problema. Construída no meio das dunas, com vários túneis sob a estrutura, e hoje fica a 12 metros de algumas casas. Das 12 guaritas, apenas cinco funcionam e não dão visão de toda a unidade.”
Histórico. O Sindicato RN é uma facção maior que o PCC no Rio Grande do Norte e nasceu em 2015 como uma reação à presença paulista, registrada pelas autoridades desde 2010, segundo contou ao Estado, em agosto, o juiz de Execuções Penais Henrique Baltazar. A facção é aliada à FDN: Gerson Lima Carnaúba, o Mano G, um dos líderes do grupo do Amazonas, ficou um mês preso em Natal e se associou ao Sindicato.
Enquanto o PCC tem o controle das fronteiras do Brasil com o Paraguai, exercendo influência em Mato Grosso do Sul e no Paraná, há uma disputa pela chamada Rota do Solimões, usada para escoar as drogas produzidas na Colômbia. Nesta rota, a facção paulista luta contra o Comando Vermelho, do Rio, e as facções do Norte e do Nordeste, aliadas contra os paulistas. “O leigo pode não saber, pode achar que é interessante que os bandidos se matem. Mas essas mortes fortalecem e tornam maiores as facções. Elas criam monopólios”, afirma o ex-secretário nacional de Segurança Ricardo Balestreri, que hoje vive em Natal.

PRESOS INCIAM REBELIÃO NA CADEIA PÚBLICA DE NATAL DURANTE A MADRUGADA

Os detentos do Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato, localizado em Natal, realizaram um motim na madrugada desta segunda-feira (16). A situação no local já foi controlada e não foi registrada fugas na unidade prisional.
Segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), os detentos tentaram derrubar uma das paredes do presídio, porém, a intervenção de policiais evitou o andamento da ação. Uma tentativa de invasão a uma ala da Cadeia Pública onde ficam presos ameaçados de morte também foi abortada.
De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), publicados no último mês de novembro, a Cadeia Pública de Natal abriga atualmente 600 presos, porém, a capacidade máxima do presídio é de 166. Vale lembrar que não existem grades por lá, uma vez que foram arrancadas em rebeliões ocorridas em outros tempos.
No último sábado (14), uma rebelião de grandes proporções foi registrada na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, localizada na Grande Natal. A ação dos criminosos resultou em 26 mortos, segundo dados divulgados no final da tarde deste domingo (15), em entrevista coletiva.

SÃO JOSÉ DO CAMPESTRE CLAMA POR SEGURANÇA:"BANDIDOS TOCAM TERROR NA CIDADE E EXPLODEM COFRE DO BANCO DO BRASIL."

A Agência do Banco do Brasil de São José do Campestre, no Agreste do estado, foi alvo dos bandidos nessa madrugada de segunda-feira (16). As informações são da Polícia Militar. Segundo o Comandante do Destacamento, por volta das 02:40 hrs, cerca de 15 homens fortemente armados chegaram na cidade atirando, explodiram o cofre e levaram todo o dinheiro. Nenhum dos caixas eletrônicos foram violados. Armas e coletes dos vigilantes foram levados pelos criminosos.

Os bandidos ainda fizeram de reféns um vigia e duas jovens durante a ação. Ainda não há informações do valor levado pelos assaltantes.
Durante a ação, os criminosos dispararam vários tiros pela cidade e conseguiram fugir. No momento da fuga, vários grampos foram jogados na RN 093, nas proximidades da Fazenda Barrinha.
Policiais Militares das cidades vizinhas e GTO estiveram em diligência mas até o momento nenhum dos suspeitos foi detido.
O Banco será periciado pela polícia técnica (Itep). O caso será investigado pela Polícia Federal.
Com isso a população ficará mais um bom período sem atendimento bancário.

* O paralelo