Uma das protagonistas no processo eleitoral de 2014, a deputada federal e
candidata ao Senado Fátima Bezerra criticou a postura dos partidos
PMDB, PSB e PDT por se aliarem ao DEM e ao PSDB, adversários de Dilma
Rousseff (PT). Em entrevista ao RN Acontece nesta segunda-feira (31),
Fátima disse ainda que não quis fazer parte do "chapão".
"Fomos convidados para esse chapão, desde julho do ano passado e eu,
de pronto, coloquei que não tinha a menor possibilidade do PT
participar. A oposição a eles não é de natureza pessoal, e sim motivada
por natureza política,
ideológica onde sabemos que o povo do Rio Grande do Norte não
ia aceitar uma chapa do PT com o DEM e PSDB opositores ferrozes a Dilma
e a Michel Temer", comentou.
Fátima Bezerra falou ainda sobre a decisão nacional dos partidos - PT
e PMDB - de caminharem juntos no Rio Grande do Norte e que o PMDB "de
uma outra para outra tomou outra decisão", argumentou.
"O
PMDB excluiu e isolou o PT e formou chapa com outros partidos. O PMDB
preferiu estar ao lado do DEM e do PSDB, em detrimento em estar do lado
do Partido dos Trabalhadores no Rio Grande do Norte", frisou.
A deputada federal disse achar "estranho" os partidos como o PSB e o
PDT ter aderido ao chapão. "O PSB de Wilma faz oposição ao DEM e ao
campo conservador desde sempre. O PDT nem se fala. Eu lamentou isso [a
adesão] já que o PSB e o PDT sempre foram partidos de esquerda e
participaram desse movimento ao longo desses 10 anos", disse.
Sobre
o anúncio do apoio do prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT) a
candidatura de Henrique Alves (PMDB) ao Governo, Fátima criticou. "O PDT
tem compromisso com a reeleição da presidente Dilma", justificou.
Questionada
se a postura de Carlos Eduardo foi de ingratidão - já que o PT libera
verbas federais e apoia a gestão de Carlos - Fátima não quis julgar
como "ingrato", mas disse que contava com o apoio dele. "Gostaríamos
muito do apoio do prefeito Carlos Eduardo, mas meu mandato é republicano
para Natal. Penso sobre isso na questão das afinidades políticas e
programáticas", garante.
O apresentador do RN Acontece,
Diógenes Dantas relembrou que em 2008 as forças políticas do Rio Grande
do Norte se uniram para tentar eleger Fátima Bezerra (PT) como prefeita
de Natal. Sobre o assunto, Fátima disse que o PT tem legitimidade para
falar do "chapão" pelo pseudo movimento de oposição.
"Os partidos querem se apresentar como de oposição e nós entendemos que não dá
para caracterizar oposição já que o DEM ainda governa o RN e está na lista dos partidos aliados de Henrique", detalha.
Bloco PT e PSD
Sobre a união do PSD - do
vice-governador Robinson Faria - e do PT, Fátima confirmou que o diálogo
continua e que os partidos estão buscando apoio dos partidos menores.
"Tivemos reuniões na última quinta e sexta e nesta segunda e vamos
conseguir partidos para a coligação", descreveu.
A candidata ao Senado citou os partidos do G10 que ainda não declararam apoio a Henrique e que podem ficar com o PT e PSD.
Ainda
sobre a aliança do PT e PSD, Fátima disse que a questão da coligação na
proporcional será superada. "Eu diria que são questões que serão
superadas. No momento oportuno, as direções do PT e do PSD e dos outros
partidos terão sabedoria,
habilidade e maturidade para discutir isso. A questão numa tática
eleitoral atende de um lado a disputa majoritária e acho que teremos
habilidade para equacionar isso ai [a coligação na proporcional]",
justifica.
"Cada partido nesse momento está olhando sua candidatura ao Governo e
ao Senado. O PT quer não só
disputar o Governo e o Senado, queremos manter o que conquistamos nas
três legislaturas. O PT quer manter e ampliar suas cadeiras na
Assembleia e o PSD quer a mesma coisa", garante.
No final da entrevista, Fátima confirmou que a sua pré-candidatura
está mantida, mesmo se não der certo a aliança com o PSD. "Não podemos
descartar nada, inclusive uma chapa puro sangue. Posso assegurar que a
nossa pré-candidatura ao Senado segue firme", afirma.
* Fonte: Nominuto