KitanaFest

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

MULHERES DE PRESOS EM ALCAÇUZ PROTSTAM CONTRA TRANFERÊNCIA DE COMPANHEIROS

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Natal (Seturn) confirmou à reportagem do Portal Agora RN que dois ônibus da empresa Guanabara foram incendiados no bairro do Vale Dourado, na Zona Norte da cidade.
Segundo o Seturn, dois carros ficaram em chamas após ações dos criminosos. Além deles, um veículo também foi incendiado na Praia do Meio, totalizando três até então.
A ação dos bandidos é, possivelmente, uma retaliação às transferências de detentos que estão sendo realizadas nos presídios do Rio Grande do Norte desde a manhã desta quarta-feira (18).
A frota de ônibus que circulava normalmente na capital já foi autorizada a ser recolhida às garagens e assim os motoristas estão fazendo. Em breve, nenhum ônibus deverá estar circulando na capital potiguar.

SETURN CONFIRMA INCENDIO DE DOIS ÔNIBUS DA GUANABARA NO TERMINAL DO VALE DOURADO

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Natal (Seturn) confirmou à reportagem que dois ônibus da empresa Guanabara foram incendiados no bairro do Vale Dourado, na Zona Norte da cidade.
Segundo o Seturn, dois carros ficaram em chamas após ações dos criminosos. Além deles, um veículo também foi incendiado na Praia do Meio, totalizando três até então.
A ação dos bandidos é, possivelmente, uma retaliação às transferências de detentos que estão sendo realizadas nos presídios do Rio Grande do Norte desde a manhã desta quarta-feira (18).
A frota de ônibus que circulava normalmente na capital já foi autorizada a ser recolhida às garagens e assim os motoristas estão fazendo. Em breve, nenhum ônibus deverá estar circulando na capital potiguar.

COM INÍCIO DE ATAQUES, FROTA DE ÔNIBUS COMEÇA A SER RECOLHIDA EM NATAL

Após os ataques a ônibus registrados na tarde desta quarta-feira (18), onde um veículo foi incendiado na Praia do Meio, o consultor técnico do Seturn, Nilson Queiroga, admitiu a probabilidade da frota ser recolhida nas próximas horas em toda Natal.
A informação foi dada pelo consultor junto à reportagem do Portal Agora RN. “A tendência é que pare mesmo, nos grupos o pessoal está se ajeitando para recolher os carros como medida de segurança”, afirmou.
Um carro com o escudo do Governo do Estado também foi incendiado na tarde desta quarta-feira em Mãe Luiza, quase simultaneamente a dois ônibus também postos em chamas, estes nas proximidades do Hotel Reis Magos, na Praia do Meio e em Brasília Teimosa; ambos os bairros fazem parte da zona Leste de Natal.

BATALHÃO DE CHOQUE ADENTRA ALCAÇUZ PARA REALIZAR TRANSFERÊNCIA DE PRESOS DO SINDICATO

O Batalhão de Choque adentrou as imediações da penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Floresta, no começo da tarde desta quarta-feira (18). A entrada foi negociada com os presos com o intuito de realizar a contenção dos detentos membros do PCC para que os integrantes do Sindicato do Crime possam ser levados e transferidos pelos agentes para outras penitenciárias do estado. Está confirmado que parte destes presidiários será transferida para a Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), onde se encontram detidos mais membros do Sindicato.
No momento, viaturas do Grupo de Operações Especiais cercam a penitenciária em apoio ao Batalhão de Choque, enquanto o helicóptero Potiguar I sobrevoa a área também em suporte à operação. Alguns presos, que estavam nos telhados dos pavilhões se recolheram diante da ação policial. Ao todo, quatro ônibus estão à espera do desfecho da operação para que possam levar os detentos.
A medida é um plano do governo do Rio Grande do Norte para que se possa construir um muro provisório para separar os pavilhões rivais. Anteriormente, o governador Robinson Faria (PSD) havia dito que não mandaria forças policiais para dentro do presídio receando que pudesse culminar em um massacre semelhante ao ocorrido em Carandiru, em 1992.

CARRO DO GOVERNO E ÔNIBUS SÃO INCENDIADOS EM BAIRROS DA ZONA LESTE DE NATAL

Um carro com o escudo do Governo do Estado foi incendiado na tarde desta quarta-feira (18) em Mãe Luiza quase simultaneamente a um ônibus também posto em chamas, este nas proximidades do Hotel Reis Magos, na Praia do Meio; ambos os bairros fazem parte da zona Leste de Natal.
Os atos supostamente fazem parte de uma retaliação de bandidos à operação do governo do Rio Grande do Norte e do Batalhão de Choque que estão transferindo do presídio de Alcaçuz, em Nísia Floresta, detentos do Sindicato do Crime para recolocá-los em outras prisões do estado com o intuito de separá-los dos membros do PCC em Alcaçuz.

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Carro do Governo incendiado em Mãe Luiza
Em contato com a assessoria da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, foi confirmado ao Portal Agora RN que o carro incendiado realmente pertence ao Governo do Estado; a assessoria, contudo, não soube precisar a qual secretaria pertence o veículo.
Mais informações em instantes.

OITAVO CORPO DE DETENTO ASSASSINADO NA PENITENCIÁRIA DE ALCAÇUZ É IDENTIFICADO

O Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) identificou o oitavo corpo, dentre os 26 retirados da Penitenciária Estadual de Alcaçuz durante a rebelião na unidade prisional. O detento é Luiz Carlos da Costa, identificado através de exame de necropapiloscopia.
Até agora, a lista de detentos identificados é a seguinte: Tarcisio Bernardino da Silva, Antonio Barbosa do Nascimento Neto, Jefferson Souza dos Santos, Jefferson Pedroza Cardoso, Anderson Barbalho da Silva, George Santos de Lima, Diego de Melo Ferreira e, por último, Luiz Carlos da Costa.
O trabalho de identificação conta com o apoio da Polícia Federal, que enviou papiloscopistas para ajudar no processo. A expectativa é de que mais corpos sejam identificados até o fim do dia.

ACUSADO DE TENTATIVA DE HOMICIDIO TEM CONDENAÇÃO MANTIDA PELA JUSTIÇA DO RN

Ao julgar a Apelação Criminal, o juiz convocado para atuar no TJRN, Luiz Alberto Dantas Filho, negou o pedido feito pela defesa de José de Arimatéia, condenado pelo Tribunal do Júri da Comarca de Martins, que ao acolher a tese do Ministério Público o condenou a uma pena de quatro anos e quatro meses de reclusão, em regime inicial semiaberto, pelo crime de tentativa de homicídio (artigo 121, combinado ao artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal). O voto foi seguido à unanimidade pela Câmara Criminal do TJRN.
Narra a denúncia, que “José de Arimatéia é acusado de cometer crime contra Francisco Odair de Souza, ao tentar matá-lo a golpes de foice. O fato aconteceu por volta das 19h na casa do acusado, na cidade de Antônio Martins. Autor e vítima eram amigos e estavam bebendo juntos, quando resolveram ir até a casa do “Zé de Zumira” e ali continuaram a beber, quando a vítima resolveu deitar-se em uma rede que estava armada em sua sala, onde, sem motivo aparente foi atacado.
A defesa alega que a decisão proferida pelo Conselho de Sentença apresenta-se contrária a prova dos autos, pois ficou demonstrado que o acusado agiu em legítima defesa, devendo ser realizado novo Júri; e, nestes argumentos, pede a reforma da dosimetria, para que a pena-base seja reduzida ao mínimo legal, além do reconhecimento da atenuante da confissão espontânea. No entanto, em depoimento judicial, a vítima disse que não sabe dizer qualquer motivo para o crime, já que eram amigos há muito tempo e que costumavam beber juntos.
“Portanto, diante dos depoimentos vejo que a tese acolhida pelos jurados foi aquela apresentada pelo Ministério Público, amparados nas provas colacionadas nos autos, em especial o testemunho da vítima, o qual se mostra mais convincente do que as declarações do acusado. Além disso, não foi encontrada qualquer arma com a vítima que ensejasse uma reação desproporcional do réu, o que afasta, obviamente, a legítima defesa”, ressaltou o juiz convocado.
A decisão também considerou que, em relação ao reconhecimento da atenuante da confissão espontânea, a tese não foi acolhida, já que, apesar de confirmar que foi autor do crime, agregou a alegação de legítima defesa, o que configura confissão qualificada, que não resulta na redução da pena, conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Júri.

GOVERNO PLANEJA EMPREGAR MIL MILITARES NAS VISTORIAS EM PRESÍDIOS, DIZ MINISTRO DA DEFESA

O governo federal planeja empregar cerca de mil militares nas vistorias que serão realizadas nos presídios. A informação é do ministro da Defesa, Raul Jungmann, que admitiu a possibilidade de aumentar o efetivo, caso seja necessário.
Ele concede entrevista na manhã desta quarta-feira (18) junto com os comandantes das Forças Armadas sobre a ação, determinada ontem pelo presidente Michel Temer.
“A previsão inicial é em torno de mil homens e cerca de 30 equipes. Como atuamos a partir de demanda, esse número poderá vir a crescer. Temos condições e disponibilidade para acompanhar essa demanda, caso venha a crescer”, afirmou Jungmann.
O ministério reservou um orçamento mínimo de R$ 10 milhões para a atividade. Segundo Jungmann, as Forças Armadas estarão prontas para atuar dentro de 8 ou 10 dias.

SOLTOS, DETENTOS FABRICAM ARMAS E SE PREPARAM PARA POSSIVEL NOVO CONFRONTO EM ALCAÇUZ

Passando por diversos motins desde que a rebelião do último fim de semana foi encerrada na manhã de domingo (15), a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, maior presídio do Rio Grande do Norte, ainda não tem data para ter seu controle retomado pelo Governo do Estado.
Segundo os secretários Caio Bezerra, da Segurança Pública, e Wallber Virgolino, da Justiça e Cidadania, não há nenhuma previsão para que as forças policiais entrem no presídio e controlem o último motim, que está em andamento desde às 10h50 desta terça-feira (17).
A reportagem esteve em Alcaçuz durante toda a tarde de terça e se deparou com um cenário bárbaro dentro do presídio. No alto de uma duna que fica nas imediações da Penitenciária – e onde a imprensa tem feito seu trabalho -, é possível perceber o complexo completamente destruído e todos os detentos soltos.
Neste momento, apenas uma barricada montada pelos próprios presos separam o PCC do Sindicato do Crime, facções criminosas rivais que lutam pelo comando do tráfico de drogas no Rio Grande do Norte.
As duas frentes passaram a tarde inteira procurando itens para fabricação de armas brancas que possam ser usadas em confrontos futuros.
Agentes de segurança estão nas guaritas do presídio, monitorando a todo momento as ações dos presos. Vez por outra usam balas não-letais para afastar qualquer possibilidade de confronto. Do lado de fora, a Polícia faz todo o acompanhamento ao redor da penitenciária na intenção de abortar qualquer tentativa de fuga.
Ainda não existem informações quanto a detentos que possam ter fugido do presídio ao longo dos últimos dias. Segundo Virgolino, a Sejuc não tem como confirmar essa suspeita uma vez que ainda não fez a recontagem dos presos. A intenção do Governo é tentar essa recontagem até sexta-feria (20), mas não há nada confirmado.
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O clima começou a ficar tenso na Penitenciária Estadual de Alcaçuz no final da tarde do sábado (14). Os detentos iniciaram uma rebelião e mataram 26 pessoas, segundo informações repassadas pelo Governo do Estado à imprensa no final da noite do domingo (15).
A rebelião foi confirmada pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado (Sejuc) tão logo iniciou. O coordenador de administração penitenciária da Secretaria, Zemilton Silva, informou à imprensa, naquele momento, que o tumulto era de “grandes proporções” na unidade prisional da grande Natal.
A assessoria da Polícia Militar disse que o motim começou por volta das 16h30, quando presos do pavilhão 1 invadiram o pavilhão 5 da penitenciária. As alas são controladas por facções criminosas rivais, denominadas de PCC e Sindicato do Crime.
Somente por volta das 6h30 da manhã de domingo (15), o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc) e a Polícia Militar, com equipes do BOPE e CHOQUE, deram início à ocupação da Penitenciária.
De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), a operação foi considerada um sucesso e o presídio estava dominado pela equipe de segurança do Governo do RN.
Após a saída dos agentes de dentro do presídio, os presos voltaram a fazer motins, mas até o momento não houveram novos confrontos. Ao todo, a rebelião sanguinária durou 14 horas.

"A GENTE SÓ SAI DAQUI QUANDO DERRAMAR A ULTIMA GOTA DE SANGUE", DIZ PRESO EM ALCAÇUZ

Presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Região Metropolitana de Natal, ameaçam promover uma nova matança caso o governo estadual não transfira detentos ligados a uma facção rival para outra unidade prisional. É o que avisa um preso que conversou por telefone com a reportagem do GLOBO por volta das 18h30m desta terça-feira.
“Nós não quer o PCC aqui não, nós quer que tire eles. E eles (governo) tinham até hoje para tirar eles (preso). Não tirou. Com quatro dias que não tiraram, hoje, nós vamos matar tudinho — diz o preso, que se intitula membro do Comando Vermelho e aliado do Sindicato do RN. — Nós quer que tire eles. Bote eles pra Caraúba, Mossoró, bote pros infernos da terra, mas não deixe perto de nós. Porque Alcaçuz é só nossa. Tá entendendo? É só nós. Aqui a gente só sai quando derramar a última gota de sangue”, prometeu.
Segundo o preso, a situação em Alcaçuz é crítica. Ele diz que há detentos com ferimentos à bala e cortes. Ele não descarta que outros presos tenham sido mortos além dos 26 contabilizados pelo governo.
O GLOBO conversou com o preso por cerca de três minutos por intermédio de sua mulher, de 19 anos, que não quis se identificar e mantém conversas regulares com o marido por telefone. Ontem, de um morro próximo ao presídio, ela acenava para o marido enquanto acompanhava a movimentação dos detentos.
“Olha lá, é aquele com uma bandeira azul perto do pavilhão cinco. Ele está vivo, você está vendo?”, disse a jovem.
Nesta terça-feira, ao longo do dia, foi possível ver a divisão dos presos em grupos rivais no pátio da penitenciária. Separados por barricadas, os bandos se ameaçavam munidos de paus e objetos pontiagudos. Sons de tiros e bombas foram ouvidos de fora da penitenciária. No início da tarde, a tentativa de invasão do Pavilhão 5 provocou um corre-corre na área interna da unidade, quando policiais militares, localizados em uma guarita, atiraram para conter os presos do Pavilhão 1. Houve mais quatro tentativas de ataque durante a tarde.
Pela manhã, em Brasília, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), disse que o presídio estava sob controle. Pouco antes, os presos haviam voltado a ocupar os telhados da unidade. Segundo Faria, a tentativa de retomar o controle da penitenciária poderia provocar um novo massacre em Alcaçuz:
“Se a polícia entrar dentro do presídio, pode haver novas mortes, confrontos policiais, aí vai ser um novo Carandiru. Temos que evitar isso. Vamos entrar em casos de extrema necessidade”, declarou.
Segundo o governador, a morte dos presos em Alcaçuz foi uma vingança promovida pela facção paulista pelo massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, no primeiro dia do ano.

PALÁCIO DE PLANALTO CANCELA SOLENIDADE DE LANÇAMENTO DO PLANO DE SEGURANÇA

Poucas horas depois da reunião entre o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e os secretários de segurança estaduais, realizada nesta terça-feira, 17, em Brasília, o Palácio do Planalto decidiu cancelar a solenidade prevista para esta quarta, 18, em que seria assinado o Plano Nacional de Segurança Pública.
O encontro com os secretários tinha como objetivo acertar os detalhes que seriam repassados inicialmente na manhã desta quarta-feira aos governadores em reunião prevista para as 10h. Na sequência, estava prevista uma solenidade às 15h com a presença do presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto, em que seriam assinados os compromissos previstos no Plano. O cancelamento do encontro foi confirmado por meio da assessoria de imprensa do Ministério da Justiça.
A decisão foi comunicada ao governador do Rio Grande do Sul, José Sartori, no momento em que ele já se dirigia ao aeroporto. Na ocasião, o secretário de segurança do Estado, Cezar Schirmer, participava de reunião no Ministério da Justiça com representantes do governo federal e dos Estados do Sergipe e Rio Grande do Sul.
“O chefe de gabinete do governador me ligou agora pedindo informação. Perguntei para um assessor que me confirmou o cancelamento. Não sei o motivo”, afirmou Shcirmer.
Nas discussões para tirar o Plano Nacional de Segurança do papel, secretários de segurança estaduais passaram a pressionar a cúpula do governo federal pela criação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabeleça uma vinculação de repasses para a área de segurança, assim como é feito hoje para as áreas de saúde e educação.
“Nossa indicação com ponto número e fundamental para o sucesso desse plano nacional é a inclusão de uma PEC para vincular o orçamento em definitivo para os Estados brasileiros”, afirmou o presidente do colégio de secretários de segurança pública e secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela. Segundo ele, o porcentual do repasse ainda precisa ser definido e deverá ser alvo de novas discussões prevista para ocorrerem ao longo desta terça-feira com integrantes do governo federal e nesta quarta com os governadores.
Ao ser questionado se a vinculação dos recursos seria uma condicionante para os governadores assinarem o plano, Portela divagou e afirmou que será “vital”. “É o ponto número para o sucesso do plano que não vai se implementar com respostas rápidas”, considerou.
Presentes na reunião comandada pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, secretários de segurança estaduais da região Norte também questionam a origem dos recursos para as ações previstas no Plano Nacional de Segurança Pública.
Ao deixar o encontro, o secretário de Defesa e Cidadania de Rondônia, coronel Lioberto Caetano, ressaltou que o plano apresentado pelo governo não atende às necessidades dos Estados.
“Vamos fazer o combate de fronteiras? Então, diga de onde virão os recursos. Quem vai atuar. O governo federal vai ter que custear isso. Aí sim vamos assinar essa carta. Se não, não podemos assinar essa carta. É uma irresponsabilidade muito grande”, afirmou o coronel Caetano. “Se o governo não mostrar a origem dos recursos, os governadores não vão assinar isso. Nós vamos assessorá-los. A gente assina se for uma coisa que atenda efetivamente. O Brasil já passou pela experiência necessária de testes. Não estamos mais na fase de testes”, emendou.
Segundo ele, o resumo do plano apresentado no encontro desta terça não atende as características e especificidades de cada Estado. “Construir presídio não resolve. Construir presídio aumenta o número de preso, mas vai aumentar também gasto com pessoal. Não temos mais condição de gastar com pessoal. A nossa verba não é igual à saúde que tem destinação de 25%”, afirmou.
O secretário de Segurança do Amazonas, Sérgio Fontes, também endossou o apelo do colega de Rondônia. Segundo ele, houve um “pedido geral” dos secretários de segurança estaduais para saber “de onde vai sair a verba para as ações”.
Sérgio Fontes considera que as medidas emergenciais propostas pelo governo são um “passo positivo” para “apagar o incêndio” da crise penitenciária, mas é preciso avançar no combate às causas do crime organizado.
Entre as medidas, o governo federal se comprometeu com a construção de cinco novos presídios federais; fornecimento de equipamento de detecção de metais; bloqueio de aparelhos telefônicos, assim como o reforço das forças armadas. “São ações emergenciais muito caras, então é preciso saber de onde vai sair o custeio disso”, ponderou.
Para o secretário do Amazonas, Estado que foi palco de um massacre no complexo Penitenciário Anísio Jobim no primeiro dia do ano, apenas o plano não vai resolver a atual crise do sistema carcerário.
“O plano não esgota a discussão das causas determinantes dessas ocorrências em nível nacional. Esses conflitos não começaram em Manaus, já vinham ocorrendo em vários presídios. Fomos a primeira unidade da federação que teve uma rebelião grande, mas outras rebeliões já vinham ocorrendo, já estávamos nos preparando para isso, infelizmente foi maior do que prevíamos”, disse.
O secretário considera que o problema da segurança no Brasil gira “quase totalmente em torno do tráfico internacional de entorpecentes” e é preciso reforçar as fronteiras, considerando as peculiaridades de cada Estado. Ele considera que deveriam ser feitas mudanças na legislação para garantir recursos para a segurança dos estados. “Hoje a educação tem verba carimbada, a saúde também, mas a segurança não”, lamentou.

MILITARES QUEREM SABER COM CLAREZA QUAL MISSÃO CUMPRIR EM PRESÍDIOS REBELADOS NO BRASIL

Soldado é soldado, polícia é polícia – um grupo cuida da Defesa do País, o outro trata da Segurança Interna, incluída aí as ações contra o crime e a garantia do sistema penitenciário. Por definição, trata-se de organizações de estilos diferentes. Os militares dos três comandos – Exército, Marinha, Aeronáutica – são disciplinados e, claro, atenderão à nova atribuição que receberam ontem do comandante supremo, o presidente Michel Temer, agindo como chefe da nação, mais que na condição de chefe de um governo.
Provavelmente atuando em conjunto, e de forma complementar, com recursos da estrutura policial. Todavia, antes de saírem das suas bases para o campo de operações, é preciso que saibam claramente qual é a missão a ser cumprida. Ontem, em Brasília, isso não estava totalmente claro. Segundo um influente general ouvido pelo Estado, até agora há só um objetivo a ser atingido: “reprimir a entrada de armas, celulares, drogas e artigos vetados nos presídios conflitados – e é isso o que será feito, da forma possível” .
O quadro de pessoal das três Forças soma cerca de 300 mil homens e mulheres. Há times especializados em todas as disciplinas de atuação militar, mesmo na Garantia da Lei e da Ordem, atividade aperfeiçoada em um Centro de Instrução mantido em Campinas, na 11.ª Brigada de Infantaria Leve. Só hoje pela manhã é que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, deve anunciar qual é a tropa mobilizada e de onde será deslocada para o trabalho. Em Brasília, estavam cotados os fuzileiros da Marinha, os infantes da força terrestre com experiência no batalhão do Haiti e os integrantes das polícias do Exército e da Aeronáutica. O envolvimento de times das Forças Especiais e da Brigada Paraquedista, tropas de grande capacidade de destruição, ainda não está sendo considerado. Equipamentos necessários e planejamento logístico estão sendo determinados.
O presidente Temer esteve cotado para assumir o Ministério da Defesa quando era vice de Dilma Rousseff. Visitou instalações, centros de pesquisa, unidades de fronteira e fábricas de equipamentos. Revelou interesse pelo setor. Assim, ontem, ao anunciar a oferta da tropa no controle das penitenciárias aos governadores, sabia dos problemas de ordem prática da decisão tomada, a começar do mais básico: quem vai pagar a conta? Operações militares são caras. O primeiro ano da ocupação do Alemão e da Penha, no Rio, em 2010, custou R$ 160 milhões. O programa de parceria apresentado no Planalto tem dimensão nacional e será avaliado por etapas. Pode durar muito tempo.