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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

MILITARES QUEREM SABER COM CLAREZA QUAL MISSÃO CUMPRIR EM PRESÍDIOS REBELADOS NO BRASIL

Soldado é soldado, polícia é polícia – um grupo cuida da Defesa do País, o outro trata da Segurança Interna, incluída aí as ações contra o crime e a garantia do sistema penitenciário. Por definição, trata-se de organizações de estilos diferentes. Os militares dos três comandos – Exército, Marinha, Aeronáutica – são disciplinados e, claro, atenderão à nova atribuição que receberam ontem do comandante supremo, o presidente Michel Temer, agindo como chefe da nação, mais que na condição de chefe de um governo.
Provavelmente atuando em conjunto, e de forma complementar, com recursos da estrutura policial. Todavia, antes de saírem das suas bases para o campo de operações, é preciso que saibam claramente qual é a missão a ser cumprida. Ontem, em Brasília, isso não estava totalmente claro. Segundo um influente general ouvido pelo Estado, até agora há só um objetivo a ser atingido: “reprimir a entrada de armas, celulares, drogas e artigos vetados nos presídios conflitados – e é isso o que será feito, da forma possível” .
O quadro de pessoal das três Forças soma cerca de 300 mil homens e mulheres. Há times especializados em todas as disciplinas de atuação militar, mesmo na Garantia da Lei e da Ordem, atividade aperfeiçoada em um Centro de Instrução mantido em Campinas, na 11.ª Brigada de Infantaria Leve. Só hoje pela manhã é que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, deve anunciar qual é a tropa mobilizada e de onde será deslocada para o trabalho. Em Brasília, estavam cotados os fuzileiros da Marinha, os infantes da força terrestre com experiência no batalhão do Haiti e os integrantes das polícias do Exército e da Aeronáutica. O envolvimento de times das Forças Especiais e da Brigada Paraquedista, tropas de grande capacidade de destruição, ainda não está sendo considerado. Equipamentos necessários e planejamento logístico estão sendo determinados.
O presidente Temer esteve cotado para assumir o Ministério da Defesa quando era vice de Dilma Rousseff. Visitou instalações, centros de pesquisa, unidades de fronteira e fábricas de equipamentos. Revelou interesse pelo setor. Assim, ontem, ao anunciar a oferta da tropa no controle das penitenciárias aos governadores, sabia dos problemas de ordem prática da decisão tomada, a começar do mais básico: quem vai pagar a conta? Operações militares são caras. O primeiro ano da ocupação do Alemão e da Penha, no Rio, em 2010, custou R$ 160 milhões. O programa de parceria apresentado no Planalto tem dimensão nacional e será avaliado por etapas. Pode durar muito tempo.

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