Passando por diversos motins desde que a rebelião do último fim de
semana foi encerrada na manhã de domingo (15), a Penitenciária Estadual
de Alcaçuz, maior presídio do Rio Grande do Norte, ainda não tem data
para ter seu controle retomado pelo Governo do Estado.
Segundo os secretários Caio Bezerra, da Segurança Pública, e Wallber
Virgolino, da Justiça e Cidadania, não há nenhuma previsão para que as
forças policiais entrem no presídio e controlem o último motim, que está
em andamento desde às 10h50 desta terça-feira (17).
A reportagem esteve em Alcaçuz
durante toda a tarde de terça e se deparou com um cenário bárbaro dentro
do presídio. No alto de uma duna que fica nas imediações da
Penitenciária – e onde a imprensa tem feito seu trabalho -, é possível
perceber o complexo completamente destruído e todos os detentos soltos.
Neste momento, apenas uma barricada montada pelos próprios presos
separam o PCC do Sindicato do Crime, facções criminosas rivais que lutam
pelo comando do tráfico de drogas no Rio Grande do Norte.
As duas frentes passaram a tarde inteira procurando itens para
fabricação de armas brancas que possam ser usadas em confrontos futuros.
Agentes de segurança estão nas guaritas do presídio, monitorando a
todo momento as ações dos presos. Vez por outra usam balas não-letais
para afastar qualquer possibilidade de confronto. Do lado de fora, a
Polícia faz todo o acompanhamento ao redor da penitenciária na intenção
de abortar qualquer tentativa de fuga.
Ainda não existem informações quanto a detentos que possam ter fugido
do presídio ao longo dos últimos dias. Segundo Virgolino, a Sejuc não
tem como confirmar essa suspeita uma vez que ainda não fez a recontagem
dos presos. A intenção do Governo é tentar essa recontagem até
sexta-feria (20), mas não há nada confirmado.
O clima começou a ficar tenso na Penitenciária Estadual de Alcaçuz no
final da tarde do sábado (14). Os detentos iniciaram uma rebelião e
mataram 26 pessoas, segundo informações repassadas pelo Governo do
Estado à imprensa no final da noite do domingo (15).
A rebelião foi confirmada pela Secretaria de Justiça e Cidadania do
Estado (Sejuc) tão logo iniciou. O coordenador de administração
penitenciária da Secretaria, Zemilton Silva, informou à imprensa,
naquele momento, que o tumulto era de “grandes proporções” na unidade
prisional da grande Natal.
A assessoria da Polícia Militar disse que o motim começou por volta
das 16h30, quando presos do pavilhão 1 invadiram o pavilhão 5 da
penitenciária. As alas são controladas por facções criminosas rivais,
denominadas de PCC e Sindicato do Crime.
Somente por volta das 6h30 da manhã de domingo (15), o Grupo de
Operações Especiais (GOE) da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania
(Sejuc) e a Polícia Militar, com equipes do BOPE e CHOQUE, deram início à
ocupação da Penitenciária.
De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa
Social (Sesed), a operação foi considerada um sucesso e o presídio
estava dominado pela equipe de segurança do Governo do RN.
Após a saída dos agentes de dentro do presídio, os presos voltaram a
fazer motins, mas até o momento não houveram novos confrontos. Ao todo, a
rebelião sanguinária durou 14 horas.
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