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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

POTIGUAR É CONVOCADO PARA CAMPEONATO MUNDIAL DE SLACKLINE NO CHILE

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Slackline (linha frouxa, em tradução literal) é um esporte no qual uma pessoa tem que se manter em equilíbrio em cima de uma fita ligada a duas hastes, e realizar manobras e acrobacias. Por ser recente no Brasil, a modalidade ainda é pouco conhecida nacionalmente, mas isso não desanima o atleta Gustavo Silva Ferreira, 24, um dos treze brasileiros selecionados para competir na Copa Mundial de Slackline, que acontece no Chile.
Mais conhecido por Gustavo GTO, o potiguar pratica o esporte há três anos, iniciando primeiramente como um hobby. Com o tempo praticando, cerca de um ano depois, foi chamado pra um campeonato em fortaleza, e quando chegou decidiu colocar pra frente o esporte. Depois disso foram mais e mais campeonatos ganhos em todo Brasil, “já perdi a conta!”, brinca.
Apesar de ter um estilo de competição individual, GTO fala que o esporte é diferenciado por não haver rivalidades, como há em outras modalidades. Com o principal foco de ser mais companheiro, conseguindo o máximo de amizades, o atleta diz que apenas 1% é de competição e 99% de amizade. “A convivência é muito grande. A gente se sente tão à vontade, porque as pessoas querem saber quem você é, e não o que você tem”, aponta ao dizer também que os praticantes do esporte muitas vezes se encontram em “treinões” para trocar experiências, e ensinar novas técnicas e manobras uns aos outros.
Por ser pouco conhecido, ainda são poucos os eventos de Slackline organizados com patrocínios. Apesar de haver praticantes que não buscam um retorno financeiro com esporte, realizando-o apenas por hobby (em eventos como o Ecopraça, em Natal), atletas competitivos, como Gustavo, sentem uma falta de apoio por parte de empresas.
“Aqui perguntam ‘Vai ter o que pra mim?’, lá fora apenas dizem ‘Vamos tentar? Se ele conseguir, veremos o que conseguir com ele!’”, afirma ao criticar o pouco envolvimento das empresas nacionais. Em algumas tentativas de conseguir auxílio financeiro, GTO diz que muitas empresas o negou com a justificativa de não investir para fora do estado, o que segundo ele é uma desculpa superficial, já que poderia estar levando o nome da marca para ficar conhecida em outros espaços. “O Slackline impressiona! Atrai muita gente! É uma oportunidade para as empresas!”, diz.
Com isso, o potiguar sente um dificuldade financeira em garantir as passagens para participar dos campeonatos, o que ocorre atualmente com a participação dele no “Slackline World Cup”.
Após sua classificatória, selecionado pela federação chilena ao enviar um vídeo de 1 minuto, Gustavo viu que era insuficiente a quantia que tinha para comprar a passagem. Por isso, ele e mais quatro brasileiros selecionados para o mundial deram o dinheiro um “conhecido” possibilitar um “pacote de passagem”. Chegando perto da data do voo, o homem disse que não iria dar mais certo, e não devolveu o dinheiro. “Quando a gente dá essa confiança, é porque nosso sonho é quem nos move. Um sentimento de mudar a nossa vida”, diz o atleta triste pelo acontecimento.
Apesar disso, GTO não se intimida, começou uma campanha financeira e se vê ainda na esperança de participar do evento no Chile. Diz que o “Slacklife” mudou sua vida, e apesar de ter pensado em desistir, vê que a causa esportiva é maior que tudo.

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