O presidente Michel Temer (PMDB) disse nesta quarta-feira, 19, em
Ribeirão Preto, que o caos no sistema prisional do País, com a guerra
entre facções e mortes nos presídios, afeta a segurança nacional. É o
que justifica, segundo ele, ter autorizado o uso do Exército para conter
as rebeliões. “As Forças Armadas vão entrar porque aparentemente era
uma questão local e começou a ultrapassar as fronteiras físicas e
jurídicas dos Estados, o que acabou gerando, não vou exagerar, quase uma
questão de segurança nacional.”
Ele defendeu a legalidade da medida, que considerou “ousada”, e
reafirmou que os militares não terão contato com os presos. “Uma das
funções das Forças Armadas é manter a lei e a ordem, e estava se
estabelecendo desordem absoluta. Colocamos (as Forças Armadas) para
fazer inspeção nos presídios. Elas não vão fiscalizar os presos, mas uma
das coisas que mais agravam é a entrada de armas e celulares. É aí que
eles vão agir.” Segundo Temer, os militares devem iniciar as operações
em dez dias.
Ao se informado que os presos continuam fora de controle na
Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal (RN), o presidente
admitiu que a solução é de longo prazo. “A curto e médio prazos,
destinamos R$ 150 milhões para bloquear os celulares e R$ 80 milhões
para as revistas, mas depende a conexão com os Estados. Vamos fazer
trinta presídios no País, mas amanhã ou depois não vai estar resolvido.”
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