O Hospital Memorial, especializado em ortopedia e traumatologia no
RN, mantém suspensos desde dezembro, os atendimentos a pacientes
advindos do interior do estado devido à dívida acumulada pelo Governo,
que persiste desde agosto de 2016. Diante desta situação, o hospital
Walfredo Gurgel vem sofrendo com a superlotação dos que aguardam por
cirurgias. Para agravar o problema, no domingo (15), foram encaminhados
presos de Alcaçuz com politraumatismos provocados pela rebelião do fim
de semana, em Nísia Floresta.
Cerca de 25 cirurgias ortopédicas são realizadas por dia no Memorial
em pessoas encaminhadas pelo Walfredo Gurgel. Em torno de 60% deste
número corresponde àqueles que moram fora de Natal e buscam assistência
médica na capital potiguar. Atualmente, as vítimas de acidentes com
fraturas de membros inferiores estão sendo relocadas para os hospitais
João Machado, Ruy Pereira dos Santos e Deoclécio Marques de Lucena, este
último em Parnamirim, a fim de serem acompanhados por médicos
generalistas e aguardarem as cirurgias, que não têm previsão para serem
realizadas, ao passo que as sequelas só se agravam com o tempo. Fraturas
mais leves são tratadas com um descaso ainda maior: sem expectativa de
atendimento, os pacientes retornam às suas residências.
O corpo médico do Hospital Memorial se sensibilizou e lamentou a
situação, uma vez que o atraso na realização das cirurgias agrava o
quadro de cada paciente, que conviverá com as sequelas da longa espera,
para o resto da vida. A administração reiterou que manteve o atendimento
sem pagamento enquanto foi possível, prezando pela missão de cuidar e
melhorar a qualidade de vida das pessoas debilitadas, mas a ausência de
suporte e reembolso por parte do Governo tornou inviável a continuidade
do trabalho a esses pacientes do SUS.
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