Em momento de instabilidade no cenário político e econômico do país, como o atual, setores produtivos foram afetados pela crise e com o ramo alimentício não foi diferente. O segmento experimentou uma expansão nos últimos 14 anos mesmo em períodos de recessão econômica em função da venda de produtos de primeira necessidade.
No ano passado, porém, o varejo de alimentos registrou sua primeira queda após mais de uma década de crescimento, segundo o 45º Ranking de Supermercados, que analisa o faturamento das maiores redes em atuação no Brasil. O levantamento de 2016 ainda não foi publicado. Todavia, os lojistas têm encarado como um ano difícil para manter as vendas acompanhando a inflação.
"Estamos sempre em contato com lojistas do Rio Grande do Norte e de outros estados e observamos que os supermercados estão com dificuldade para manter as vendas acompanhando a inflação", explica o diretor vice-presidente do grupo Nordestão, Leôncio Etelvino.
No entanto, o momento de recessão também pode ser encarado como uma oportunidade para trabalhar a fidelização de clientes e desenvolver novas atividades no mercado. É isso que tem feito o supermercado Nordestão, grupo que apresenta os maiores faturamentos do estado.
Apesar de apresentar uma pequena queda nas margens de lucro, a rede tem conseguido se manter entre as favoritas do público, com crescimento constante e manutenção das vendas de acordo com a inflação taxada para alimentos. Para isso o supermercado investe na excelência do atendimento, diversificação dos produtos e associações com empresas de outros estados.
Entre as ações adotadas pelo supermercado está um sistema de incentivo ao bom atendimento, com bonificações mensais proporcionais ao salário para todos os funcionários.
“Eles são incentivados a atender bem ao cliente e ter isso como prioridade número um”, ressalta o presidente do grupo Nordestão, Manoel Etelvino de Medeiros.
Além do foco no atendimento, também existe uma preocupação em acompanhar as tendências do consumo e oferecer produtos exclusivos para cada nicho do mercado. Como exemplo disso está a padaria sem glúten. A proteína extraída de cereais deve ser evitada por portadores da doença celíaca, o que explica a popularização de dietas sem glúten.
Pensando nesses públicos, o grupo Nordestão construiu uma padaria exclusiva para fabricar pães, bolos e biscoitos com uma farinha alemã comprovadamente sem glúten. A
fabricação individualizada evita que qualquer resquício da proteína esteja presente nos alimentos.
Para facilitar a importação de produtos exclusivos e trocar experiência com empresas de todo Brasil, o supermercado Nordestão está credenciado à Rede Brasil de Supermercados há dez anos. A sociedade foi criada em 2004 e reúne 18 supermercados brasileiros. O critério de participação é ter um posicionamento expressivo no mercado interno e estabilidade. Juntas, as empresas possuem o quarto maior faturamento do segmento do varejo brasileiro, atrás apenas do Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart Brasil.
A partir da rede as empresas trocam experiências entre os estados e fazem a compra unificada de alguns produtos importados, possibilitando que as empresas associadas ofereçam produtos exclusivos, como determinadas marcas de vinho, azeite ou tempero, por exemplo.
O Grupo Nordestão foi fundado há 44 anos e possui oitos lojas distribuídas pelos bairros do Alecrim, Tirol, Petrópolis, Cidade Jardim, Igapó, Santa Catarina e Nova Parnamirim. A empresa estuda expandir sua rede de atendimento, mas deve fazer isso de forma cautelosa, a partir de uma análise dos números em 2017, que tem a perspectiva de ser um ano desafiador para o comércio.
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