(Foto: Victor Moriyama/G1)
Polícia Federal em São Paulo indiciou o ex-prefeito de São Paulo
Fernando Haddad (PT) pelo crime de falsidade ideológica eleitoral — mais
conhecido como caixa 2. Além dele, outras seis pessoas foram
indiciadas: o ex-tesoureiro de campanha do PT João Vaccari Neto, o
coordenador da campanha de Haddad à Prefeitura de São Paulo, Chico
Macena, o ex-deputado pelo PT Francisco Carlos de Souza e três pessoas
ligadas a uma gráfica que prestou serviços para a campanha eleitoral da
Haddad, em 2012.
O inquérito é um desdobramento da Operação Lava Jato. A investigação
começou depois que o Supremo Tribunal Federal homologou a delação
premiada do empresário Ricardo Pessoa, sócio da empreiteira UTC, um dos
envolvidos no escândalo de corrupção da Petrobras.
Pessoa disse que, após as eleições de 2012, foi procurado por João
Vaccari Neto, então tesoureiro do PT. Vaccari teria pedido que o
empresário pagasse uma despesa com a gráfica de um homem chamado Chicão,
no valor de R$ 3 milhões.
O ex-diretor Financeiro da UTC Walmir Pinheiro contou em depoimento
que tentou negociar com Chicão um parcelamento do valor, mas que ele não
aceitou. A solução foi um desconto para o pagamento à vista — no total,
R$ 2,6 milhões.
Nenhum dos delatores sabiam dizer ao certo quem era essa pessoa com o
apelido de Chicão. Dois detalhes foram fundamentais para que os
policiais chegassem à identidade dele: um número de telefone, fornecido
pelo doleiro Alberto Youssef, e um reconhecimento por foto.
Só então a Polícia Federal teve certeza de que Chicão era o
ex-deputado estadual pelo PT Francisco Carlos de Souza. Os delatores da
UTC entregaram imagens de dele chegando na construtora para pegar o
dinheiro.
A investigação aponta que a ex-mulher de Francisco, Zuleica Lopes
Maranhão de Souza, e um irmão dele, Gilberto Queiroz de Souza, eram
donos ou tinham ligação com as gráficas.
Procurada, a assessoria de imprensa do ex-prefeito Fernando Haddad
ainda não se manifestou. A TV Globo aguarda um posicionamento dos demais
citados na reportagem.
Cifra Oculta
Em julho do ano passado, a PF deflagrou a Operação Cifra Oculta para
cumprir 9 mandados de busca e apreensão expedidos pela 1ª Zona Eleitoral
de São Paulo, nas cidades de São Paulo, São Caetano e Praia Grande.
Na ocasião, a PF pediu a condução coercitiva de Fernando Haddad, da
ex-vice-prefeita de São Paulo Nádia Campeão e de outras 4 pessoas, mas a
Justiça negou.
No relatório de 32 páginas entregue nesta segunda-feira (15) à
Justiça Eleitoral, o delegado João Luiz Moraes de Rosa, da Delegacia de
Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor), afirma que “todo
conjunto probatório colhido nos autos está a indicar que a prestação de
serviços gráficos à campanha de Fernando Haddad por parte das empresas
LWC e CÂNDIDO & OLIVEIRA GRÁFICA LTDA. em valores acima daqueles
declarados à Justiça Eleitoral, bem como o pagamento pela prestação
desses serviços via empresas de fachada e recebimento de numerário em
espécie, com origem ilícita.”
G1
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