Natal chega nesta sexta-feira, 20, ao terceiro dia em que o
funcionamento do sistema de transporte público está afetado. Depois de
novos ataques na madrugada, as empresas estão dispensando seus
funcionários e suspenderam a circulação das linhas municipais, causando
transtornos a cerca de 400 mil passageiros que dependem do serviço.
Mais de 20 veículos já viraram alvos de criminosos em ações que a
polícia acredita que estejam ligadas à rebelião na Penitenciária
Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na Grande Natal.
Na madrugada desta sexta-feira, 20, uma garagem voltou a ser invadida
na zona norte da capital e mais dois veículos foram queimados. Não há
previsão para a retomada da atividade.
A prefeitura informou que a Guarda Municipal foi deslocada para as
garagens das empresas para garantir a saída dos veículos com segurança.
“Mas devido aos ataques na madrugada, elas resolveram não liberá-los.”
A Polícia Civil informou que, desde a quarta-feira, 18, nove pessoas
foram presas com ligação ao atentados ordenados pela facção Sindicato do
Crime do RN (SDC). As detenções ocorreram na capital e em Parelhas e
Pedro Velho, no interior do Estado.
Segundo o delegado-geral adjunto, Correia Júnior, os casos estão
relacionados à decisão de transferência de membros do SDC de Alcaçuz, na
noite da quarta.
“Encontramos mensagens nos celulares dos suspeitos com as ordens para
o ataque. Em Parelhas, o pedido era para que o CDP (Centro de Detenção
Provisória) e a delegacia móvel da cidade também fossem atingidos”,
disse.
Diante da situação de insegurança, o governador Robinson Faria (PSD)
solicitou e o presidente Michel Temer (PMDB) liberou a atuação do
Exército nas ruas da região metropolitana. Em decreto publicado nesta
sexta-feira no Diário Oficial da União, a Presidência prevê que a
atuação ocorra até o dia 30 de janeiro.
Apesar de a liberação estar prevista a partir desta sexta, o governo
federal acredita que as tropas desembarquem no fim de semana na cidade.
Nesta quinta, o governador classificou como “pequeno confronto” a
batalha campal dos presos em Alcaçuz, no sexto de motim na unidade. A
briga deixou mortos e feridos, em uma quantidade ainda não mensurada.
“Houve um pequeno confronto pela manhã, mas não evoluiu. Fizemos uma
nova checagem e vamos continuar com a tarefa de separar o que é PCC do
que é Sindicato. As reações estão acontecendo, mas o governo não vai
recuar”, disse.
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